Desde muito cedo revela ter sido tocado pela “genialidade artística”, dizia então o Director do Seminário Menor do Sendi, onde frequentou o 1.º e o 2.º Anos do Ensino Preparatório, pois, muito cedo, começou a ganhar os primeiros prémios promovidos por aquela inst. Depois... veio a descolonização e o ter de sobreviver e renascer.
Ingressa na Marinha de Guerra Portuguesa em 1979, com 18 anos de idade. A carreira militar impõe-lhe um nomadismo constante, não lhe permitindo uma formal educação artística, mantendo-o, contudo, e em paralelo com a carreira militar, em permanente actividade artística com pintores consagrados e com carreira profissional idêntica.
O rigor imposto pela carreira militar leva-o a evoluir educadamente e com disciplina na pesquisa sistemática de materiais e técnicas, -levando-o um dia ao desabafo:
“Na procura constante da satisfação estética
deixo aqui o meu grito confesso...
finalmente fui livre!”
Organiza-se segundo a dinâmica inconformismo/acção, acreditando que a sorte não é por casualidade mas por causalidade.
Cursa Enfermagem, na Escola Superior de Enfermagem Militar, em 1983/86.
Quanto à expressão plástica, tanto pode reflectir a cor-palha da terra africana, os passos de dança palacianos duma sociedade nostalgicamente próspera (fase da dança), como a frieza estuporosa das “paisagens lunares”, encravadas no ciclo vital do Homem, para lhe dar substância, gerar contínuos equilíbrios dinâmicos e... explodir nos valores mais sensíveis do humano: o amor-sentimento, a maternidade, o bom seio (aquele que alimenta) e a assunção da criança, como projecto da Humanidade.
Quanto à produção distinguem-se dois períodos:
Antes de 1997
- -Período consagrado ao ensaio, à investigação estética e matérica, cujas obras foram vendidas em exposições individuais e colectivas, fazendo parte do espólio de coleccionadores e amigos nacionais e estrangeiros.
- -Inicia a exposição das suas obras a partir de 1988.
Depois de 1997
Trabalhou em exclusivo para a Galeria de Arte Conimbricense, em Coimbra.
- -Exposições individuais, na referida Galeria (vendem-se todos os quadros expostos, merecendo da crítica local, apreciações muito positivas, levando ao seguinte comentário: ”As exposições são compostas por obras de inusitada técnica, onde o pintor expressa esteticamente a sua principal filosofia de vida: O Homem, centro do Universo, é um ser proactivo, que controla os condicionalismos e não se deixa controlar por eles – por isso pensa, brinca, dialoga, ama e luta.” )
- -Exposições colectivas, com os mais consagrados pintores da nossa praça;
- -Autor dos cartazes alusivos a eventos comemorativos
- -Autor de variados projectos plásticos e na variante artística que são as artes gráficas.
Foi homenageado, a par com a artista Isabel Laginhas, dando o seu nome a uma das suas salas da Galeria Conimbricense.
Prof. Alberto Pinto